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quinta-feira, 31 de maio de 2018

Meu perfil


Preciso de um perfil, não um mero perfil descrito, as redes gostam de imagens. E com razão! Acredito que um não vive sem o outro plenamente. Assim como as palavras dizem muito, as imagens também, sob outra metodologia.
Esta sou eu, na rua, em algum dos muitos protestos que vou, com minha filha junto, que levo de acordo com as possibilidades (local do trajeto, sol/chuva, duração do ato, possibilidade de tensionamento), geralmente quando não tenho com quem deixar e não quero perder o ato, mas que no fundo, no fundo, é a vontade de tê-la junto sempre nesses momentos. Minha pequena "Fora Temer", quando for crescendo vai entender que esse grito era um fora ao neoliberalismo, que continuaremos a entoar enquanto houver vida!
Vamos seguir juntas, em luta pela liberdade e respeito às mulheres! Por sociedades mais justas e solidárias, por respeito e cuidado à Pacha Mama, por nossa existência e felicidade, assim como das futuras gerações. Axé!
Edit: Com muita tristeza, mudei a foto pra resguardar minha filha, em tempos sombrios vou tentar fazer de tudo por ela.

Pra ser feliz não se precisa de muito!

Das muitas viagens que fiz e que ainda tenho oportunidade de fazer é pela militância. Desta vez viajei para Rio Branco – AC para participar do Encontro de Mulheres da Amazônia, porém quase chegando no destino o piloto avisou que não seria possível aterrisar devido a um forte nevoeiro, sendo necessário o avião se dirigir ao aeroporto de Manaus. Assim foi feito. Na hora fiquei extremamente aborrecida, já eram quase 2h da madruga, desde 16h comecei essa jornada, tudo que queria era chegar numa cama e dormir!
No aeroporto de Manaus fomos informados de que o próximo vôo sairia às 14h, que estavam tentando buscar hotéis, mas não havia vagas pra todos devido a um grande evento na cidade. Daí fiquei mais aborrecida ainda! Meu sonho de deitar em uma cama imediatamente foi por água abaixo. Militar na Amazônia tem dessas e muitas outras situações bem mais desconfortáveis!
Sem esperanças e com muito sono enviei mensagem pra Gabi e Gilson, meus irmãos residentes nesta cidade, mas era madrugada, com certeza só iriam ler pela manhã. Fomos conduzidos ao hotel Tropical às 5h da manhã, um hotel lindíssimo e gigantesco, que nos levou a conclusão de que a empresa queria mesmo era economizar com nossa hospedagem, pois ali caberia uns três aviões, mas a diária devia ser nas alturas!
Fomos pro quarto e deitei na tão sonhada cama 6h. As 6:15h Gabi me ligou dizendo que leu a mensagem, mora perto do hotel e já estava chegando. Pulei da cama com minhas olheiras de panda e fui encontrar minha amiga. Andei tanto por esse hotel que parecia um castelo monárquico com 5432 quartos de hóspedes, procurando a saída e não achava. Fui parar na piscina real, um negócio fabuloso e nada da Gabi ou eu encontrarmos a recepção. Depois de tanto andar por essa imensidão, nos encontramos e fomos contemplar o Rio Negro, que só com a luz do dia percebi que estava ao fundo do hotel. Nessas horas só lembrei da raiva dos belenenses ao “perder” a sede da copa pra Manaus com argumentos de que Belém era a metrópole da Amazônia, tinha muito mais a oferecer que Manaus, que essa cidade não tinha nada e blá blá blá. Eu fiquei sinceramente querendo lembrar, por exemplo, de algo similar a este hotel em Belém e não consegui! Fora o grande apelo turístico por onde se passa na cidade. Mas enfim, ainda acho que essa rixa era perda de tempo, pois a gente deveria ter levado Belém e Manaus como sede, as demais regiões do país levaram mais de uma cidade e só a região norte teve que se contentar com uma, com direito ao povo se engalfinhando com bairrismo!
Rio Negro com Gabi
Não demorou muito e Gilson ligou dizendo que estava à caminho. Ainda eram 7h da manhã e fomos dar uma volta, tomar café, atravessamos pra Iranduba pra que eu pudesse conhecer a grandiosa ponte. Até o café da beira da estrada tem umas esculturas de animais amazônicos e coisas pensadas pra turista tirar foto!
Parada pra foto de turista :p
Neste momento, Gilson disse alegre da grande surpresa que foi minha visita e que imediatamente largou tudo e foi ao nosso encontro porque ele sempre diz que pra ser feliz precisa de pouco, aproveitar essas oportunidades que a vida nos dá, rever de repente amigos que representam tanta coisa especial em nossas vidas. Concordei com meu compadre e a chateação pelo transtorno da viagem passou, o acontecido se tornou pra mim o melhor stop over que a empresa aérea podia oferecer, mesmo que por acidente, mesmo sem ter dormido esta noite.
Como o tempo era curto, aproveitamos a vista da orla da Ponta Negra e celebramos nossa amizade. Gabi e Gilson mesmo morando em outra cidade são amigos que não perco o contato, meus queridos, meus amores! O reencontro me fez crer que as melhores viagens são aquelas que podemos reencontrar pessoas maravilhosas e queridas! Gratidão, vida!
Irmões!

Desejo guardado

Muitas coisas guardadas no peito
Que precisam ser faladas
As que mais necessitam
Teimam ficar caladas
Assim é o doce beijo
Em plena tarde, chuva a cair
Alimenta o desejo
De que o tempo pare
E congele esse sentir
Esse gosto que não me sai
Entranha meus pensamentos
Provoca insônia, tormentos
Desemboca na saudade
E na louca vontade
De te ter só mais um momento
Maldito desejo!
Passeia por minha boca
E em meu corpo ainda impressa cada carícia
Todos os toques, delícias
Que me invocam a sonhar
A viver novamente, com malícia
O êxtase que é te amar!

Luta!

Luta que me transpira
Luta que me arrudia
Luta que tira da fossa
Luta que te anima
Luta que é teimosia
Luta que dá alegria
Luta que é esperança
Luta da socialista
Luta, palavra feminina
Luta pra suportar
Luta que alimenta
A luta feminista
Luta pra criar a pretinha
Luta pro ganha pão
A utopia da comunista
É ver na luta a revolução
Luta que não se arreda
Luta na condução
De tão lotada, só se apega
Na luta pra mudar esse mundão
Luta de quem precisa
Todo dia a luta grita
A pulsar no meu peito que vibra:
Só a luta muda a vida!
Abril/2018

O valor da mulher negra

Cursei a disciplina Antropologia Política semestre passado na UFPA com a brilhante professora Telma Amaral. A mesma passou como avaliação final a construção de um texto baseado nas referências bibliográficas trabalhadas no curso. Desta forma, fui finalmente iniciada na leitura de bell hooks e Sueli Carneiro, que me inspiraram a escrever este texto que compartilho aqui: A desvalorização continuada da mulher negra e a necessidade de enegrecer o feminismo

Este mesmo texto submeti e foi apresentado no XXXIII ENECS - Encontro Nacional de Estudantes de Ciências Sociais em 2019, numa versão mais estendida e que pretendo trabalhar como meu TCC. A desvalorização continuada da natureza feminina negra e a necessidade de enegrecer o feminismo.
O valor da mulher negra em nossas sociedades é o mais inferior, a base da pirâmide, subalterna, tudo isso herança do sistema esclavagista que ainda respinga sua crueldade nos dias atuais, como abordado no texto. O mito de que vivemos uma democracia racial, onde o racismo não existe, brasileiro é miscigenado e todos se aceitam e se orgulham disso, é uma falácia! Devemos denunciar e suprimir esse discurso até que tenhamos realmente superado o racismo e suas facetas na humanidade.
Tinha lido poucos textos sobre feminismo negro, seguindo a indicação das manas pretas do movimento de mulheres negras, sempre marcando a posição de desigualdade extrema que nós, negras, vivenciamos no dia a dia. Agora pude ler mais e faz todo o sentido pra minha vida sua abordagem. Revisitei meu passado, lembrei de cada opressão que agora compreendo não só como machista, mas também racista e o quanto engoli calada sem entender porque agiam assim comigo.
Aprendi a me defender com a vida, e nos estudos encontrei as armas para compreender o conjunto de opressões que pesam sobre mim, mulher e negra, e a tentar me resguardar, mesmo sabendo que ainda assim irão me oprimir. Porém calada não passo mais e o quanto mais puder denunciar o racismo patriarcal, farei! Por mim, por minha filha, por nós, por todas!
Nossos passos vem de longe. Uma sobe e puxa a outra!

Resumo: Coronelismo, enxada e voto - Victor Nunes Leal

Nesta minha tão sonhada segunda graduação em Ciências Sociais na UFPA, decidi aproveitar ao máximo das leituras e conhecimentos. Para tanto, me propus a fazer resumo da maior quantidade possível de referências bibliográficas trabalhadas pelas/os docentes em sala de aula. Os resumos não estão dentro do rigor da ABNT, são escritos pessoais que me auxiliam nos estudos e na absorção das informações e ideias contidas nas referências.
Dou início com resumo do 1° e 7° capítulo da obra “Coronelismo, enxada e voto” de Victor Nunes Leal, que está sendo trabalhada na disciplina Política Brasileira, com a Profa. Marise Morbach (maravilhosa!!!!). Link do texto na imagem:

Feminismo pra quê?

No final do ano passado apresentei um trabalho no Congresso da Associação Latinoamericana de Sociologia, o XXXI ALAS, no Uruguai, intitulado “Feminismo pra quê? Intervenção feminista junto às jovens do ensino médio” na Escola Ramiro Olavo (gratidão à Profa. Jucirene Araújo), localizada no bairro da Guanabara, onde morava, sendo fruto de minha militância na Marcha Mundial das Mulheres e meus estudos acadêmicos no GEPEM (obrigada, Profa. Luzia Miranda!). Neste último final de semana recebi convite pra publicá-lo numa revista de um grupo de pesquisa do Rio de Janeiro, fiquei tão feliz que criei coragem e atitude de compartilhar o trabalho! 😀
Link do artigo na imagem:



Lábios

Lábios que falam, lábios que beijam, lábios que ferem, lábios que lambem.

Lábios que procuro, lábios que me encontram, lábios que me deixam, lábios que recuso.

No abismo, no paraíso, só lábios.
Pequenos lábios, grandes lábios
Tudo culpa dos teus lábios!