Há tempos venho adiando isso, reler meus desabafos publicados aqui. Pelo menos já consegui, meus diários de adolescente acho que jamais conseguirei reler, talvez nem queira por não ser mais o que era. Só aqui pelo blog já sinto o impacto! Como mudei do último desabafo pra cá, num intervalo de um ano e meio, de fato a solidão me amadureceu muito, não perdi tempo, energia e emocional com ninguém além da minha filha e cada vez mais me dedico a mim e à minha felicidade, à minha saúde, meu bem estar, minha casa, meu axé. Cuidar de si é libertador!
Hoje não preciso me entristecer mais pela falta de sexo, na verdade só faltava sexo porque eu conduzia dessa forma, condicionando o sexo à uma forma de suprir carência emocional. Não precisa ser assim. Aliás, é bem melhor quando não é assim, aproveito e desfruto muito mais. Mas também há outros segredos que não há como revelar aqui... A vida de mulher adulta, solteira, não monogâmica e mãe tem me ensinado muito a lidar com a solidão e as carências, a gente aprende que as relações que nos deixam felizes estão para além das relações românticas, sexuais, fico feliz que a maturidade venha me trazendo isso.
Mas o que queria falar mesmo é da velocidade das mudanças, talvez seja por me permitir a viver muitas coisas, novas experiências, um conjunto de vivências que vão nos moldando, mostrando outras visões, realidades, eu não consigo parar. Eu sei que um dia vou precisar reduzir o ritmo, é um processo natural, mas enquanto eu tiver saúde e disposição, não quero parar! E invisto em cuidar da saúde pra esticar esse tempo.
Não parar não está relacionado necessariamente ao trabalho. Quando não estamos aposentados, estamos na "ativa", como se estar em atividade é somente por via do trabalho formal. Existe toda uma vida e diversas atividades para além do trabalho, que infelizmente muitas pessoas não valorizam, não buscam, não se permitem ou também não tem oportunidade. Num universo de desigualdade social que vivemos, é negado a muita gente o direito a fazer qualquer coisa pra além de doar sua mais-valia.
Então preciso agradecer! Agradecer pelas oportunidades, pelos caminhos abertos, pela saúde, plenitude e felicidade! Por hoje me sentir verdadeiramente linda e gostosa, porque de fato sou e não permitirei mais que o racismo e os esteriótipos neocoloniais de beleza me façam pensar o contrário. Sou feliz por todas as mudanças e movimentos. Exu é movimento! Laroyê, Exu!
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