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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Seduc sede Casa grande

Num governo em que o mandatário é tratado como "rei", não é de se admirar que uma secretaria funcione como "casa grande"! 

Na hora do almoço, no novo refeitório, é emblemática a reserva de uma mesa e posta a prataria de porcelana decorada, talheres, copos, junto com banquete, suco, refri, tudo preparado por servidoras da casa, mulheres negras diga-se de passagem, para servir o alto escalão da secretaria adjunta. Tudo ali, aos olhos dos demais servidores, marmiteiros de todo dia, que calados engolem suas quentinhas e observam a naturalidade da ação. Convencionou-se o silêncio, o medo, e o circo de fingimento. 

No natal, confra em auditório cheio e fechado, com sorteio de prêmios para garantir o público, e papai noel desfilando com uma fanfarra pelo prédio, todos em festa! Pandemia? Morte? Nenhuma menção ao perigo do corona vírus e muito menos aos que faleceram pela doença, servidores/as da casa. 

Mas quem se importa com a "senzala"?

A senzala segue a trabalhar todos os dias, não importa o risco, o mais importante é chegar no horário e seguir a aplaudir, endeusar o rei pelas migalhas dadas, é por certo melhor que o prato vazio servido na era tucana. Quem reclama é chato/a, é ingrato/a, cospe no prato! 

"Fique em casa" diz o rei todos os dias!

Mas estamos saindo e dizendo amém à dissimulação, bem trabalhada em propagandas que passam a imagem de preocupação com seus súditos, garantindo a futura permanência do rei em mais um mandato em seu trono.

Mas calma, chegou a vacina! Nosso rei trouxe a vacina! Nosso rei priorizou mulheres negras e indígenas! Sim! Nos flashes, sim! Mas na realidade elas seguem mucamas nas casas grandes, sorrindo satisfeitas achando que isso é natural. Temos mais marketing que vacina, temos mais mídia que auxílio, temos mais conformidade com a lógica coronelista que se sustenta desde a coroa portuguesa e que ajudamos a perpetuar em silêncio, ou pior, até defendendo gratuitamente o reinado atual, que se mantém de aparências, tal qual um casamento falido que não se pode dar o braço a torcer e admitir suas contradições.

Quem se opõe à monarquia?

A guilhotina está cega e só resta sobreviver em meio ao pacto com a mediocridade!

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